Tchello Melo
Poeta e técnico em logística com tendências astrológicas.
2025-06-24
Eternidade meteórica
Para já, para ontem
Justamente agora
Desde que se sonhe
Tão veloz que demora

Não há nós que domem
O desvio também é da rota
Desperdício desde o início
Estreita porta benta
Vigente fome besta

À espreita, espíritos
Quando a gente volta
Eu compro o presente
Coisas que não explico
Coisas que não se vendem

Você me utiliza
Eternidade meteórica
Você me hostiliza
Por rumores de um rumo
Dureza lisa da retórica

Amores de um amor
Perdido no prumo
Rumos de um rumor
A vida é um fumo
Um verdadeiro torpor

Um vespeiro de dados
Profundidade mínima
Uma profusão de fatos
Um flato vira notícia
Tanto faz o palco ou estúdio

A cena é bem ensaiada
Você sabe de tudo
Mas não conhece nada
Você me rodeia e está por fora
Você me olha e me espelha

Através da minha ideia
Velha senhora, sem hora
Não dura pouco a vela eterna
Que nem o copo apaga
Eternidade meteórica

Você sabe de tudo
Mas não conhece nada
A vida é um fumo
Um sopro, uma fumaça
Um sonho com o futuro.


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2025-05-19
A aspereza do apego
A inconsistência do apelo
A distância do aperto
Consciência de graça
Convicção adquirida

Ressurjo também nesta vida
Em cada alvorada
Junto com o sol justo
Até nas manhãs nubladas
Olho da janela para tudo

Como se fosse a primeira vez
Com a vista lavada de pureza
Aprendo a desaprender
A comunicação supera
Pluvialmente a expressão

Eu apenas espero ler
O poema sem interpretá-lo
É um impropério, uma confissão
É uma oração, um estalo
Não penso como pensava

Porém sonho do mesmo jeito
Parece a primeira tomada
O passado traz trejeitos
Renasço em cada alvorada
Escrevo só porque leio

Estou no mesmo corpo
Mas não sou como era
O planeta no papel de esgoto
Analfabetos na biblioteca
Somente se rasga o casulo

Com as asas corretas
Para não sair da panela
E cair no fundo do fogo
Eu nunca sei, é sério, eu juro
Que ignoro o que vou pôr

É igual a tentar ser diretor
Do próprio sonho no minuto
Na hora de adormecer
Embora seja quem for
Será sempre a primeira vez.


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2025-05-10
Podia ser sempre assim a vida
Sonho solto, prensado no plano
Ninguém ouve ninguém
Viva a conversa compreensiva
Você está me dando

Várias coisas boas, meu bem,
A questão agora não é se
Mas quando, é outra etapa
A graça logo vem
Não se entende nada

Graças ao diálogo dos leões
Vida apática ou de rebeliões
Uma pedra e um peixe no lago
Eu já sei berrar e nadar
Na piscina, na sede, no aquário

No rio, na berlinda, no mar
No próximo ano
Num piscar de olhos
Piano, piano, se va lontano
O mapa é um relógio

A questão não é mais se
A questão é quando
Os ponteiros combinam entre si
Os anjos zombeteiros assinam
A vida podia ser assim

Um roteiro no meu idioma
O céu é uma telona, um vasto jardim
Onde se conta o longa-metragem
Factível não significa que será fácil
A vida pode ser uma viagem

Uma ideia no tempo e no espaço
Nova colheita, recolhimento para crescer
A árvore receita os seus bálsamos
Os barcos deixam a garagem
A questão agora não é se.


#aquestao
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2025-05-08
Reencontro com meu bróder Gabiru, que me presenteou com este vinil do Chico Buarque, original de 1967! Neeeenseee!

#chicobuarque #fluminense #amizade #broderagem #ffc
2025-04-12
Pedra pulsante, viajante
Alma corpórea, grossa
Agora não é só um instante
Memórias, às vezes paranoias
Amanhã talvez venha antes

Conexão durante a ioga
Televisão edificante
Sem anunciantes, jogando o lixo fora
Trocando o nicho e as lâmpadas
Que duram bem menos

Do que as de outrora
Regando as plantas
Descarregando os venenos
Levezas em voga são esperanças
Lição de certezas vagas

Relógio liso, lento, ameno
E submisso como um leão
No fogão aceso a leiteira afogada
De água da torneira para fazer o mate
Sem esquecer as gotas e o limão

No amargor da realidade
Amar o gol que espanta
Pedir logo o galão de vinte litros
E virar o lado do disco lá pelas tantas
Para uma novíssima ideia

Há diversos delírios e livros
De versos, receitas e mantras
Reuniões literárias submersas
De poetas que não são lidos
Pulsa outro perfil da pedra

E você pensa que sinto
Graça naquelas janelas
Sagradas como brinquedos
Da velha brinquedoteca
Pedra comovente e latejante

Lances de audazes medos
Nuvem pétrea, lúcido pane
Ao vento, cavalares segredos
Lembretes de puro sangue
Na parede, cegos caranguejos

Brilhantes mágoas no mangue
E você sente que penso
Mas não como antigamente
Travesseiros tensos
Sem cabeças, ofuscantes lentes

Talvez na fuga apareça antes
Pedra pulsante, alma corpórea
Diamante distante, cá dentro
E você sabe que rolam
Horas e demoras diante do tempo.

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#tchellomelopoeta
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#poesie
#poem
#poema
#literatura
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2025-04-04
Agora que bateu
A lembrança do esqueleto
Na naftalina do armário
Debaixo do couro
Eu me acho mais eu do que outro
Agora que bateu
A onda que balança o leito

Dentro do aquário
Está fervendo o tesouro
Eu me vejo mais eu do que outro
Agora que bateu
A vontade do aumento do teto
No meio do itinerário
Sem despejo de onde moro

Eu sou mais eu do que outro
Agora que bateu
A saudade da criança ou do leitor
Aparece um novo abecedário
Aprendizado duradouro, garoto
Eu estou mais eu do que outro
Agora que bateu

A fome de um prato feito
Após a longa noite, está claro
Que nem toda água limpa tem cloro
Eu me noto mais eu do que outro
Agora que bateu
O coração corajoso na expansão do peito
Do tabuleiro do jogo, o esquema diário

Das regras rui o velho escritório
Eu me escrevo mais eu do que outro
Agora que bateu
A claquete no estúdio inteiro
Não é mais ficção, é documentário
Do que sou, quando rio e choro
Eu atuo mais eu do que outro.





Agora que bateu
A lembrança do esqueleto
Na naftalina do armário
Debaixo do couro
Eu me acho mais eu do que outro
Agora que bateu
A onda que balança o leito

Dentro do aquário
Está fervendo o tesouro
Eu me vejo mais eu do que outro
Agora que bateu
A vontade do aumento do teto
No meio do itinerário
Sem despejo de onde moro

Eu sou mais eu do que outro
Agora que bateu
A saudade da criança ou do leitor
Aparece um novo abecedário
Aprendizado duradouro, garoto
Eu estou mais eu do que outro
Agora que bateu

A fome de um prato feito
Após a longa noite, está claro
Que nem toda água limpa tem cloro
Eu me noto mais eu do que outro
Agora que bateu
O coração corajoso na expansão do peito
Do tabuleiro do jogo, o esquema diário

Das regras rui o velho escritório
Eu








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2025-03-30
Eu pensava que era prazer
E não passava de mera languidez
Achava que era você
De aluguel, contudo, no fundo,
Como de praxe, fora tão-somente eu

Naquele normótico mundo
Imodesta moda demodê
Presumia que não ia doer, mas doeu
No fim da festa, supunha soberania
Todavia me sufocava noite e dia

Eu suspeitava que era lazer
Mas era desvario, era morbidez
Considerava que era eu
Mas havia sido um invento meu
Para que evitasse me ver

Julgava singular às vezes
Porém era só no automático, veja
Como os bares e as igrejas
São laboratórios sem deuses
Baby, eu abomino ambulatórios

Pela proteção da saúde
A imaginação é o limite
Por mais que se estude
Não se decora para ser livre
Querida, eu detesto ser outrora

Entendia que era eu
Entretanto, entre tantos para ser,
Não conseguia me reconhecer
Agora tudo o que sei
Sobre mim, sobre quem

Posso vir a ser
Será apenas a minha pessoa
Tão-somente eu, é o que ressoa
Uma voz daqui, na beira do além,
Brotando uma moda vigorosa e boa.

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