Página nova: Autigênero
Agora também temos uma página para a identidade autigênero; confira aqui!
Página nova: Autigênero
Agora também temos uma página para a identidade autigênero; confira aqui!
Página nova: Auto
A página mais recente, auto, se encontra aqui!
Página nova: Paragênero
A página do Orietando mais recente até este momento, paragênero, se encontra aqui!
Página nova: Nofin
A página mais recente até o momento, sobre a orientação nãofin/nãofem, pode ser encontrada aqui!
6 iniciativas disponíveis online para conferir neste mês do orgulho
Última atualização da bandeira arco-íris de Gilbert Baker, disponível aqui. É possível ler sobre a história da bandeira neste artigo por Making Queer History.
Ainda quero fazer algumas páginas novas neste mês – então fiquem antenades para isso – mas gostaria também de aproveitar o momento para recomendar comunidades e projetos feitos por e para pessoas LGBTQIAPN+, sem nenhuma ordem de importância. Optei por mostrar espaços online porque eles podem ser conferidos e acompanhados independentemente da hora e do local, sendo assim um jeito acessível de pessoas que já possuem acesso à internet de se aprofundarem mais em assuntos LGBTQIAPN+.
Ambos os sites contém notícias e opiniões sobre questões LGBTQIAPN+ em geral, e ambos são sites portugueses. Eu diria que a diferença principal sobre o foco é que Dezanove contém mais colunas de opinião que não são necessariamente sobre acontecimentos do momento, como Conversa séria (que é sobre resistir ao fascismo), enquanto esQrever tem mais notícias sobre países além de Portugal, como Turquia avança com lei anti-LGBTI em clima de repressão política.
Como há várias semelhanças entre as propostas, estou colocando ambos os projetos no mesmo lugar, mas recomendo conferir ambos. Eu mesme assino os dois via RSS.
Logo da ABRANB
2. ABRANB
A Articulação Brasileira Não-Binárie é um grupo nacional com subdivisões tanto para diversos estados quanto para questões como saúde, educação, autodefesa e direito. É possível acompanhar seu trabalho via Instagram, WhatsApp ou Telegram, embora só seja possível participar via Telegram.
No momento de escrita desta postagem, estão no processo de lançar traduções de artigos relacionados à saúde de pessoas não-binárias, sendo o mais recente Correlações socioecológicas de polivitimização em uma amostra nacional de adolescentes pertencentes a minorias sexuais transgênero, gênero-queer e cisgênero. Estes e outros documentos, assim como links para outras das questões mencionadas, estão disponíveis no Linktree da articulação.
3. TransVitae
É um recurso na língua inglesa, mas recomendo a quem tem o acesso. TransVitae é um site de notícias e recursos focado em pessoas trans. Fala sobre mortes de pessoas trans e contém notícias sobre direitos trans sendo ganhados ou perdidos nos Estados Unidos, mas também tem artigos como How to Start Streaming for Beginners: Gear, Tips, and Real Talk, Best Dating Apps for Trans People: The 2025 Safety Guide e este guia para maiores de 18 anos disponível apenas para inscrites pagues sobre como construir um OnlyFans sem nudez.
Bandeira destinada a pessoas que usam os termos garote e menine
Criei tal subreddit no final de abril, e desde então estive compartilhando todo dia algo sobre neolinguagem e/ou linguagem pessoal, desde propostas antigas de neolinguagem ou artigos acadêmicos sobre a questão até guias de como usar certos conjuntos e histórias com personagens que utilizam neolinguagem. A ideia é ser uma comunidade, então que todes sintam livres para fazer perguntas, compartilhar outros materiais e/ou comentar!
Até agora, a publicação com mais visualizações foi esta compartilhando bandeiras de orgulho para garotes/menines (link do Tumblr aqui), seguida por um empate entre outras publicações, como este desenho com fantasmas de diferentes orientações que usam diversos conjuntos seguido de uma crítica contra pessoas cis (link do Instagram aqui) e meu vídeo ensinando a usar o modelo APF (disponível no YouTube e Nextcloud aqui).
5. MUTHA
Menino de Ouro, por Shai Lamas. Disponível no MUTHA aqui.
O Museu Transgênero de História e Arte é um espaço virtual que se dedica a expor e arquivar obras de pessoas trans brasileiras ou em território brasileiro, como Re Moraes, Ea Damaia, Céu Isatto, Xyk, Safira Clausberg e Rafa Kennedy. Já há mais de uma centena de artistas listades.
MUTHA também possui projetos como o livro transespécie / transjardinagem e um arquivo histórico.
6. LGBT FLIX
Uma iniciativa da organização VoteLGBT que organiza filmes LGBT+ (até onde vi, estão todos ou a maioria no YouTube). Contém tanto ficção quanto documentários, e tem uma página de busca para facilitar a pesquisa.
São estes os projetos que decidi destacar no momento, mas lembrem-se de que há muito mais por aí. Além disso, para quem estiver sentindo falta de mais interação, há uma lista de espaços comunitários relacionados com o Orientando aqui.
#ABRANB #Dezanove #esQrever #iniciativasLGBTQIAPN_ #LGBTFlix #mêsDoOrgulho #MUTHA #notícias #OrientandoOrg #projetosLGBTQIAPN_ #recursosGerais #recursosNãoBinários #recursosTrans #Reddit #rNeolinguagem #TransVitae
https://orientando.org/2025/06/6-iniciativas-disponiveis-online-para-conferir-neste-mes-do-orgulho/
Alguns termos cunhados em 2024
Boas vindas à postagem anual destacando termos cunhados durante o último ano que passou! Para quem tem interesse em ler as anteriores, a tag retrospectiva contém publicações destacando termos de 2017 e de todos os anos que já passaram a partir de 2020.
Antes de falar sobre termos, porém, quero aproveitar e destacar algumas outras publicações com temática LGBTQIAPN+ de 2024:
Leituras e afins
Quis destacar alguns destes trabalhos porque é importante falar sobre questões LGBTQIAPN+ de formas que vão além da cunhagem de termos. Nestes tempos, presenciei algumas pessoas se desculpando por não estarem cunhando tantos termos quanto antes, ou desafios puramente em torno de cunhar termos e/ou fazer bandeiras, enquanto pessoas fora de tal nicho repetem que quem usa termos incomuns ou mesmo neolinguagem nos próprios conjuntos são só pessoas jovens explorando suas possibilidades antes de se satisfazerem com “identidades normais”.
Enquanto identidades não precisam ser justificadas para ninguém e não há problema em cunhar alguma identidade nova quando não há nada que se encaixe bem, há uma lacuna muito grande quando se trata de explorar termos já existentes mas que não são necessariamente comuns. Quantos textos existem da perspectiva de pessoas abro, enquanto sites de notícias especulam sobre o termo para buscar cliques de pessoas que nunca viram o termo? Quantos vídeos ou podcasts existem por aí de pessoas apogênero, gênero-vácuo e/ou casgênero falando sobre experiências em comum e sobre suas diferenças como pessoas em diferentes partes do espectro agênero? Quantas pessoas que querem ser tratadas com o uso de neolinguagem estão se esforçando em apresentar o conceito de forma inclusiva de vários conjuntos, e não só como “linguagem neutra com u/e”?
Quero encorajar todes a se expressar para além de termos e bandeiras. Falem sobre suas experiências, apontem quando frases comuns discriminam contra suas identidades, tenham mente aberta para usar mais termos mas também para deixar outros termos para trás. Façam textos, vídeos, músicas, podcasts, sites, apresentações de slides. Entrem em (ou criem) comunidades com identidades em comum, achem pessoas para produzir colaborações. Não deixe só para outras pessoas falarem sobre o que a sua identidade significa de perspectivas externas.
Termos
Atração nebulosa
Bandeira de atração nebulosa
Termos como nébula, plátoni, cáli, ari e outros que descrevem ou podem descrever uma dificuldade de distinção entre atrações já existem há anos, mas o conceito de atração nebulosa surge como uma forma de resolver a lacuna léxica pelo outro lado. Assim, ao invés de explicar quais as formas de atração que são difíceis de distinguir com uma combinação de prefixo e sufixo, pessoas dizendo que possuem orientações nebulosas conseguem comunicar que não conseguem ou querem distinguir entre todos ou alguns tipos de atração ao mesmo tempo que conseguem destacar algum prefixo diferente. Por exemplo:
É possível que a data original da cunhagem do termo tenha sido perdida. O compartilhamento do Tumblr orientation-archive é datado de 14 de março, mas a conta original, pething, foi desativada pouco mais de um mês depois do compartilhamento.
G7G
Bandeira NB7NB
Na página do Orientando sobre termos juvélicos, é possível perceber que traduzi gender loving gender (“gênero amando gênero”) como “gênero atraído por gênero” (ou GAG). Isso porque já havia percebido um problema em potencial em caracterizar todos os tipos de atração como “amor”. Pois bem, em 26 de junho, Scones, obnebulant-mogai no Tumblr cunhou G7G, um conceito aberto a todes mas focado em pessoas arromânticas loveless (resumidamente, que não estão confortáveis em chamar qualquer atração que sentem de amor). O número 7 está sendo utilizado por parecer uma letra L virada.
Scones também publicou algumas bandeiras G7G junto à cunhagem do termo: para homens com atração por homens, mulheres com atração por mulheres e pessoas não-binárias com atração por pessoas não-binárias.
(Uma versão da publicação com a cunhagem arquivada pode ser encontrada aqui.)
Ante-
Bandeira ante
Em 17 de julho, Shrub, shrubmogai no Tumblr, cunhou a orientação ante, para pessoas que são queer de certa forma e que por isso não se sentem confortáveis aplicando o termo hétero a si mesmas, mesmo que a descrição de tal termo seja aplicável para descrever sua atração.
Este termo é especialmente relevante em ambientes onde se coloca hétero como oposição a LGBTQIAPN+, alienando pessoas trans, intersexo, a-espectrais, variorientadas ou afins que se encaixam no termo hétero em pelo menos um de seus tipos de orientação. Tal alienação pode partir de afirmações e chacotas de dentro da comunidade, mas é especialmente relevante quando se trata da própria sociedade heterossexista excluindo pessoas da heterossexualidade por conta de suas identidades LGBTQIAPN+.
Obviamente, o uso do termo ante é opcional, sendo mais para o conforto de pessoas que não se sentem mais confortáveis em se dizer hétero por qualquer motivo do que uma categorização obrigatória.
Ogli-
Bandeira ogli
O termo ogligênero já existe há anos, mas, com base em tal conceito, Dionésio, Eutocansada6789 em colorid.es, cunhou em 5 de agosto a orientação ogli. Esta se refere à presença de atração por múltiplos gêneros, com quantidade não especificada além de pouca. Assim, o termo é uma alternativa a usar bi ou pôli para quem sente atração por poucos gêneros, sem também ter a obrigação de limitar um número de gêneros, como é o caso de orientações como tri (ao menos em uma de suas definições).
Pessoas que sentem atração somente por mulheres e por homens, pessoas a-espectrais que sentiram atração poucas vezes na vida por pessoas de alguns gêneros diferentes mas que não se sentem confortáveis se definindo como pan ou outro termo denotando atração por todos os gêneros e pessoas que já sentiram atração por pessoas com algumas identidades de gênero parecidas mas nunca por pessoas com identidades de gênero completamente diferentes disso são alguns exemplos de motivos para adotar o termo ogli. E nada disso exclui tais pessoas de também se dizerem múlti, bi ou pôli se preferirem, ou de não se descreverem com tais termos caso não se sintam confortáveis com isso, assim como acontece com outros casos onde é possível escolher entre vários termos para descrever certa experiência.
Hexódique
Bandeira hexódica
Este termo não é especificamente uma identidade não-binária, e também não descreve necessariamente uma orientação ou uma experiência altersexo. Assim como vesil, porém, é um termo cunhado em um contexto LGBTQIAPN+ que pode ser usado para descrever uma identidade dissidente em tal contexto.
Enfim, hexódique descreve qualquer tipo de identidade relacionada a um código hex RGB específico.
Códigos hex são um conjunto de valores hexadecimais (base 16, assim como códigos binários possuem base 2 e a maioria dos números usados no dia-a-dia vão estar em base 10). No caso relevante à identidade hexódica, os códigos representam quantidades de luz vermelha, verde e azul (RGB é a abreviação na língua inglesa) para formar cores em monitores ou outros dispositivos eletrônicos. Cada valor vai de 00 até FF, sendo que a letras A-F representam números que, na base 10, vão do 10 ao 15 (depois de 00 até 08, os números seguintes são 09, 0A, 0B, 0C, 0D, 0E, 0F, 10, 11 e 12; os números que seguem 9E são 9F, A0, A1, A2 e assim por diante).
Assim, a cor vermelha mais forte é representada em código por #FF0000: os dois primeiros algarismos representam a luz vermelha, enquanto as luzes verde e azul estão apagadas. Enquanto isso, o tom de ciano mais forte é #00FFFF, pelos dois últimos conjuntos de cores estarem em seus valores máximos enquanto a luz vermelha está completamente desligada. #FFFFFF resulta na cor branca, #000000 resulta na cor preta e outros valores de cores iguais resultam em tons de cinza: #F8F8F8 é quase uma cor branca, mas é cinza, enquanto #333333 é um tom de cinza bem escuro. A cor atual dos links do Orientando é #B000BA, que representa uma cor roxa com nada de verde e cores vermelha e azul fortes, ainda que a azul seja um pouco mais forte.
Bandeira hexódica #F14581. Fonte.
Identidades hexódicas podem ser vagas, isto é, só descrever que um código específico é relacionado à identidade de alguém, mas também podem ser usadas de formas mais específicas. Uma pessoa hexódica #AABBCCgênero pode se descrever como hexódica num geral ou como hexódica #AABBCC, e também pode dizer que é gênero-cor e xenogênero pela sua identidade de gênero ser relacionada com uma cor. Uma pessoa pode ser hexódica de forma que tem a ver com ser fictionkin, caso veja a cor específica de uma espécie/ume personagem como relevante à sua identidade. Portanto, o termo em questão é tanto mais abrangente quanto mais específico do que gênero-cor, já que tal termo só cobre identidades de gênero mas não se limita a um código específico.
Ender, enderluna no Tumblr, publicou a primeira postagem sobre hexodic no dia 10 de setembro. A conta hexodic no Tumblr se propõe a ser um arquivo de bandeiras hexódicas e de termos relacionados.
Teratical
Assim como hexódique, este termo surge em um contexto queer, mas não representa exclusivamente uma identidade queer.
Bandeira teratical
Segundo a postagem no Tumblr intervex publicada em 4 de outubro, qualquer pessoa pode adotar o termo teratical caso seu corpo seja estigmatizado de forma que a sociedade enquadre como “monstruoso”. É um termo que reinvindica o conceito de teratologia de forma que constrói solidariedade entre pessoas intersexo, gordas, com deficiência, cujos corpos foram permanentemente afetados por danos e afins.
O termo não se limita a pessoas que nasceram de forma diferente ou a pessoas com deficiências visíveis. Seu intuito é incluir além do que o campo da teratologia tende a incluir. A publicação explicando teratical também oferece os seguintes subtermos:
Notra-
Bandeira notrassexual (a única fornecida)
Esta orientação cunhada por Mylo (thegendercollecteroffical no Tumblr) no dia 27 de novembro denota atração por quem não é tradicional/normative, em relação a gênero, expressões de gênero ou afins.
A orientação diverse (que denota atração por identidades e expressões que diferem de normas sociais) já existe faz anos, mas, por ter um nome baseado em uma palavra já existente mesmo na língua inglesa padrão, é mais difícil pesquisar por ela, e talvez seu nome seja um empecilho de uma forma ou de outra. É uma palavra que não pode ser usada por si só que também não tem um significado diretamente relacionado com a definição da palavra em outros contextos.
Mesmo assim, há demanda para termos específicos a atração por pessoas inconformistas de gênero, ainda que isso seja muitas vezes um desejo de pessoas que também não desejariam usar um termo pouco comum para sua orientação. De qualquer forma, é sempre possível usar notra ou diverse junto com outros termos, como notragay, diversebi ou polissexual notrassexual.
Averagxan / Xormaleane / Normalxeane
Um gênero que é normal. Não se preocupe com isso :)
Bandeira xormaleana
A citação acima é uma tradução direta da definição publicada por Lilac, ashenwilting no Tumblr, em 11 de dezembro. Em um comentário, Lilac especifica que a descrição é sarcástica: uma pessoa com este gênero na verdade não vê seu gênero como normal, e está falando para que outres não se preocupem de forma propositalmente suspeita.
Isso significa que esta identidade está bastante aberta à interpretação: seria alguém xormaleane alguém que se sente bastante aflite em relação a este gênero? Alguém que tem um gênero complexo demais para querer explicá-lo? Ou alguém que prefere mascarar um gênero que é pessoal demais para revelar com um termo que encobre sua natureza?
De qualquer maneira, é possível também especificar mais o termo, usando variações como xormalenebê (averagenby; “um gênero para quem é só uma pessoa não-binária normal, não se preocupe com isso”), xormalgate (averagcat; “um gênero para quem é só ume gate normal, não se preocupe com isso”) ou afins.
Não houve muito retorno ou consenso para uma tradução do termo original, averagxan. Mais possibilidades de tradução podem ser encontradas aqui.
Transwhatever / Transqueseja
Bandeira transqueseja
Este termo cunhado em 21 de dezembro pelo sistema Choir, ridibulous no Tumblr, descreve apatia e descontentamento em relação a termos como transandrógine, transfeminine, transmasculine, transneutre, transouterine ou outros similares (isto é, termos que tendem a descrever uma transição em direção a certo ponto com o prefixo trans ou um alinhamento com certa qualidade de gênero).
É relativamente comum que pessoas não-binárias sejam perguntadas se são transfemininas ou transmasculinas, de forma que não tende a acontecer em relação a outras especificidades não-binárias (por exemplo, se são aporagênero ou gênero-fluido). Isto pode gerar uma reação negativa a ponto de alguém querer um termo apenas para rejeitar tais termos, de forma que acontece também com o próprio termo “não-binárie” (que só rejeita a possibilidade de ser 100% homem ou de ser 100% mulher sem especificar a identidade de gênero).
Existem também cobranças cissexistas em relação a apenas validar a identidade de alguém se houver alguma forma de transição envolvida. Enquanto ninguém uma transição desejada não deve ser considerada desnecessária ou frívola, pessoas cisdissidentes também não devem ser pressionadas a preencher um ideal cissexista do que alguém precisa fazer/ser para ter certa identidade de gênero, e rejeitar o uso de termos com conotação de transicionar em certa direção pode fazer parte disso.
Intercultu
Bandeira intercultu
Este termo foi cunhado antes do dia 16 de abril de 2024, porque foi nesta data que a conta akeneki no Tumblr, que publicou a cunhagem do termo, foi desativada. Esta republicação de interarchive é do dia 25 de dezembro. Portanto, é possível que o termo não seja de 2024, mas ele é interessante e relevante o suficiente para ser escolhido para esta lista.
Intercultu descreve uma pessoa intersexo que se vê dentro de uma identidade de gênero presente somente em sua própria cultura, mas de forma também particular a pessoas intersexo. A questão de ser intersexo pode ou não alterar a forma tradicional do gênero culturalmente específico em questão.
Historicamente, existem registros de pessoas que vemos como intersexo sendo categorizadas como gêneros separados ou variações de mulher ou homem, como napumsakapandala ou hijra. Nem todas as identidades específicas a determinadas culturas surgiram como formas de incluir pessoas intersexo, mas é possível que pessoas intercultu usem termos que podem ser definidos por suas variações intersexo.
Observações finais
Tive bastante dificuldade em reunir esta lista, já que busco destacar termos mais versáteis e com conceitos mais originais. Um padrão que percebi neste ano é de muitas cunhagens de identidades de gênero relacionadas a mídias específicas. Eu não sou contra pessoas se descreverem de tais formas, mas, para propósitos de exemplificar a diversidade existente em listas, tais termos acabam sendo relativamente repetitivos, se encaixando majoritariamente em:
Assim, acabo considerando mais útil focar em termos mais gerais (como xenogênero ou gênero-alterumano) quando se trata de destacar esses tipos de identidades.
Eu compilei a lista entre o final do ano passado e as primeiras semanas deste ano; a demora em publicar isto vem de outros fatores. Dito isso, é possível que eu reduza a lista de 2025 e coloque um holofote maior em criações que vão além da cunhagem de termos.
Além disso, eu recomendo manter backups locais de quaisquer publicações queer. Váries governos e empresas estão avançando contra direitos de grupos marginalizados, especialmente de pessoas cisdissidentes, o que significa que espaços corporativos como o Tumblr e o Instagram estão em risco de acatar a censuras impostas por grupos dominantes. Sites de arquivamento como archive.today, web.archive.org e ghostarchive.org são úteis para manter backups online, mas é importante ter em mente que mesmo tais sites podem vir a desaparecer. Tumblr-utils permite fazer backups locais de Tumblrs inteiros e a função de RSS do Thunderbird grava postagens recebidas no próprio computador, e estes são exemplos de métodos pelos quais mídias podem ser preservadas para além da possibilidade de uma conta ser apagada. Além do mais, wikis e contas pessoais podem ser utilizadas para recompartilhar informações.
Feliz 2025, e que continuemos fortes. :)
#000000 #00FFFF #333333 #AABBCC #ante #atraçãoNebulosa #averagxean #B000BA #F14581 #F8F8F8 #FF0000 #FFFFFF #g7g #hexódique #normalxeane #notra #ogli #OrientandoOrg #retrospectiva #teratical #transqueseja #transwhatever #xormaleane
https://orientando.org/2025/04/alguns-termos-cunhados-em-2024/
Yep, posso confirmar o que @oltiel disse: o interesse no termo aporagênero aumentou bastante nos últimos dias.
(Mais de 500 dessas visitas vieram de sites de busca.)
Uma retrospectiva de 2014
Aqui no Orientando, as páginas para cada identidade são, em geral, separadas: cada uma vai relatar a história de uma única identidade, e poucas mencionam detalhes sobre o contexto onde cada identidade surgiu para além de alguém específique apresentando um termo e definindo-o com suas palavras.
Porém, identidades LGBTQIAPN+ não surgem espontaneamente: cada uma é construída com base em concepções já existentes. Um termo como neuorientade, por exemplo, não pode existir sem o conceito de inexistência de gênero, que como parte de uma identidade precisa ser uma oposição a existência de gêneros, mesmo em uma sociedade onde só se conhecem os gêneros homem e mulher.
Estes são exemplos mais óbvios. Nesta postagem, porém, eu não tenho como dizer com certeza o quanto dos desenvolvimentos elaborados aqui são espontâneos ou partem de contextos diferentes, e o quanto se devem a interações entre as mesmas comunidades. Eu conheço parte da história por ter participado de grupos com pessoas que fizeram parte delas, ou por ler blogs onde partes dessas histórias ocorreram, mas não consigo conectar todas as pessoas que cunharam termos importantes em 2014 entre si de forma concreta. Mesmo assim, houveram e haverão pessoas colocando todas essas figuras relevantes de 2014 como parte de um mesmo movimento. Esta postagem é sobre isso.
Termos descrevendo cisdissidência e heterodissidência antes de 2014
Biângulos, símbolo bissexual proposto em 1997 por Liz Nania.
Embora seja possível afirmar com segurança que a maior parte dos termos cunhados hoje em dia possuem suas origens na última década, isso não significa que antes dela não havia nenhuma diversidade de termos. Por exemplo:
Estes são alguns exemplos dos termos que existiam/estavam em circulação antes de 2014. Há outros que não foram mencionados aqui, mas, essencialmente, temos:
Obviamente, termos que descrevem identidades não são indicativos de quantas experiências existem ou podem existir. O que acontece é que, quando divisões são formadas (heterossexual/homossexual, mulher/homem), isso abre espaço para que cada pessoa possa questionar o quanto se encaixa em cada um desses termos, e para discussões onde mais palavras precisam surgir para explicar similaridades ou diferenças entre experiências. Portanto, faz sentido que, com o passar do tempo, mais termos venham surgindo.
MOGAI (Marginalized Orientations, Gender Alignments and Intersex)
Bandeira MOGAI mais conhecida, provavelmente escolhida em discussões em Pride Flags For Us
Esta sigla foi desenvolvida em discussões no Tumblr, como esta, esta e esta. Como é possível perceber pelas datas, sua formação é datada do início de 2014, ainda que a pessoa creditada com a sigla exata não tenha certeza de onde está sua postagem original acerca disso.
A razão principal da sigla ter sido formada é se afastar de siglas formadas por listas de identidades (como LGBTQIAPN+) e da sigla GSM ou GSRM, pelo M significar “minorias” ao invés de grupos marginalizados/minorizados e por alegações da pessoa que cunhou tal sigla também querer incluir parafilias como “minorias sexuais” (e românticas, na versão com R).
A sigla MOGII também ficou em circulação por um tempo, mas a questão é que os “alinhamentos de gênero” (Gender Alignments) os quais foram inclusos em MOGAI não se tratavam do que conhecemos como alinhamento de gênero hoje, e sim de uma tentativa de definir modalidade de gênero (um termo que só foi cunhado 5 anos depois). “GI” (Gender Identities) foi um termo rejeitado porque, enquanto homem é uma identidade de gênero e existem homens trans, mulher também é uma identidade de gênero e existem mulheres cis; em questão de identidade de gênero por si só, mulheres são um grupo marginalizado, mas homens não.
É interessante notar que, mesmo que MOGAI tenha ficado com a reputação de ser só para identidades “não consagradas” – isto é, termos mais novos, termos que rejeitam tanto a cisgeneridade quanto a transgeneridade, identidades não-binárias mais específicas usadas por pouques, orientações que são consideradas impossíveis por quem só acredita em atração por homens, por mulheres ou por ambos estes gêneros, e por assim vai – não existiam tantos desses termos na época que a sigla foi cunhada. Era comum colocar toda a a-espectralidade “dentro do guarda-chuva assexual”, toda atração por múltiplos gêneros “dentro do guarda-chuva bissexual” e toda cisdissidência “dentro do guarda-chuva trans”: portanto, LGBTQIA+ não estaria longe de ser uma sigla completa, faltando apenas algumas pessoas com orientações indefinidas, fluidas ou definidas por atração de e/ou por pessoas não-binárias.
Mesmo assim, acredito que a criação da sigla MOGAI tenha aberto novas possibilidades: as pessoas não precisavam mais justificar conexões com termos existentes para descrever suas experiências. Por exemplo, alguém com atração fluida não precisaria justificar seu lugar na comunidade por meio de estar “dentro do guarda-chuva bi” ou “dentro do guarda-chuva assexual”: ter uma orientação heterodissidente por si só seria justificativa suficiente para inclusão.
Esta pode parecer uma questão superficial ou pedante, mas a questão é que invalidação de experiências incomuns ou pouco representadas é algo muito comum tanto dentro quanto fora de comunidades LGBTQIAPN+. Portanto, não é inconcebível que pessoas mais inseguras só tenham conseguido falar sobre suas experiências a partir do ponto em que haviam mais sinais de que elas seriam aceitas.
Blogs de cunhagem/arquivamento
Captura de tela da página /genders em MOGAI Archive em 12/12/2014. Fonte.
Embora pessoas LGBTQIAPN+ já se reunissem em fóruns e outras redes sociais, Tumblr facilitou bastante o compartilhamento de novos termos, tanto em comunicação direta com blogs que servem ou serviam para centralizar conhecimento sobre termos quanto pelo meio de “reblogar” postagens já feitas por outres. Também surgiram alguns blogs específicos para resolver dúvidas ou oferecer apoio sobre identidades específicas.
O blog Non-Binary Noise, que repostou vários termos relacionados com não-binaridade, começou em janeiro de 2013. Em tal ano, houveram postagens definindo os termos gênero-fluido, androginia, agênero, neutrois, bigênero, hijra, dois espíritos, gêneros não-binários e genderqueer, em termos de identidades de gênero ou questões similares.
Não houveram muitas postagens em 2014, mas, em 2015, mais de 40 novos termos foram definidos, incluindo muitos cunhados em 2014, como alexigênero, juxera, gênero-cinza, aporagênero, intergênero (com a definição de 2014 por actuallyintersex) e apogênero. Mesmo com a inatividade no ano de 2014, é possível perceber um aumento significativo na gama de identidades não-binárias disponíveis.
O Tumblr Pride Flags For Us foi capturado pela primeira vez na Wayback Machine por uma postagem feita em 13 de junho de 2014 sobre uma bandeira de orgulho hétero. Embora tenha sido refeito e depois deletado de vez posteriormente, foi neste blog que originaram vários termos e bandeiras, como poligênero-fluxo (20/06/2014), novi (06/07/2014), amicussexual (ao menos a bandeira é de 05/10/2014), anogênero (bandeiras publicadas em 28/10/2014) e demirromântique (bandeira publicada 30/09/2014).
O blog MOGAI Archive é, ou ao menos foi, um dos exemplos mais famosos de blogs que arquivaram termos. Embora só tenha funcionado por, no máximo, um ano, é por lá que foram divulgados termos como ambonec, duragênero, biexgênero, autigênero, cáli, vácuo (como orientação) e cas. Um documento contendo todas as identidades não-binárias listadas em MOGAI Archive em 23 de agosto de 2014 pode ser encontrado aqui.
Curiosamente, o Tumblr Pride Archive só esteve ativo durante os meses de julho e agosto de 2014, mas ele ajudou a divulgar dezenas de termos e bandeiras. Algumas das bandeiras feitas por Lyric, que administrava o blog, foram Gênero-Leão (Lyric também cunhou o termo em questão), leukogênero, inersgênero (termo mais conhecido como apagênero), paragênero, hemigênero e ignota/fray.
É possível que hajam outros exemplos, mas acredito que estes tenham sido os mais influentes. O Tumblr Heterosexual is not a default, por exemplo, tem vários termos arquivados, mas ele só começou a ser mais ativo a partir de janeiro de 2015 e não consigo lembrar de nenhum termo que tenha sido cunhado a partir de tal blog. Purrloin sucks arquivou várias identidades não-binárias publicadas em MOGAI Archive, mas o blog não tem muito além disso.
Em 2015, surgiram MOGAI Lexicon (que não existe mais) e Pride-Flags (que posteriormente também passou a responder perguntas no Tumblr via Ask Pride Color Schemes). Outros arquivos e blogs similares também foram surgindo nos anos seguintes, mas é interessante notar que não existiam muitos antes de 2014.
O efeito dominó
Tabela feita por Cor, epochryphal, explicando o motivo do termo ilyagênero ser diferente de outros que vieram anteriormente.
Ok, foi feita uma sigla que encorajou expressão pessoal ao descrever identidades LGBTQIAPN+ e haviam blogs dispostos a arquivar e espalhar esse vocabulário que foi surgindo. Porém, ainda não foi dado muito foco em relação a qual foi a progressão dos termos foram surgindo durante o ano de 2014.
Primeiramente, quero falar sobre o termo aliagênero, originalmente proposto em 20 de janeiro de 2014. A ideia era de descrever um gênero cuja sensação era de estar além dos conceitos de homem, mulher, andrógine ou gênero neutro.
Pelo termo ter sido mal interpretado como apropriativo, o termo aporagênero foi cunhado como uma forma supostamente mais ética de se ver como um gênero diferente de homem e mulher. Porém, foi espalhada a ideia de que “aporagênero é um termo baseado em aliagênero”, e, assim, tal termo também foi colocado como igualmente apropriativo, e, portanto, inapropriado.
O termo maverique (31/05/2014), que também descreve um gênero separado de homem, mulher, gênero neutro ou qualquer combinação entre tais gêneros foi cunhado pela mesma época que aporagênero, embora isso aparentemente tenha sido coincidência. O termo gênero-inconformista (16/06/2014) foi cunhado com base em maverique, com a diferença principal sendo que pessoas gênero-inconformista desafiam intencionalmente as normas de gênero.
Outro termo derivado da mesma árvore foi ilyagênero (30/12/2014), termo cunhado com a intenção de ser mais específico do que aporagênero ou maverique.
Voltando para o início do ano, temos gênero-estrela: um termo cunhado em 27 de janeiro de 2014 para descrever uma experiência de gênero tão desconhecida que seria alienígena ou não-humana, talvez como de uma estrela, por ser um gênero completamente distante dos gêneros binários e que ao mesmo tempo também parece poder ser uma neutralidade que abrange tanto feminilidade quanto masculinidade. Embora gênero-estrela tenha se tornado um exemplo de “identidade ridícula para odiar” na anglosfera (assim como a presença de gênero-fofo no Orientando incitou ódio e chacota contra esta identidade específica na lusosfera), e tenha tido popularidade suficiente para ter alguns blogs dedicados à identidade (como stargender support), não é um termo que parece ter sido muito citado como influência para a cunhagem de outras identidades não-binárias.
Dito isso, caelgênero (julho de 2014; bandeira de 2015) e gênero-astral (09/06/2016) são exemplos de identidades onde ao menos suas bandeiras provavelmente foram influenciadas por esta bandeira gênero-estrela publicada em Pride Flags For Us em 16 de abril de 2014, a qual foi posteriormente republicada em qualidade melhor em Pride-Flags.
Os termos colocados dentro do guarda-chuva chamado gêneros do zodíaco também começaram a ser cunhados em 2014, com gênero-Libra. Pride Archive, após publicar tal termo, chegou a fazer postagens sobre gênero-Áries, gênero-Virgem, gênero-Leão, gênero-Aquário, gênero-Câncer e gênero-Touro, o que coloca estes termos em 2014, mesmo que algumas das postagens originais cunhando tais termos tenham sido perdidas.
Algumas pessoas também começaram a publicar listas com cunhagens de identidades não-binárias, ao invés de se limitarem a uma identidade de cada vez. Curiosityismysin cunhou estetigênero e fisgênero em uma lista contendo outras 4 identidades. Os termos apogênero, egogênero, histrigênero e paragênero foram cunhados juntos. O termo xenogênero, que possivelmente se tornou o maior guarda-chuva de identidades não-binárias além de termos como não-binárie ou genderqueer, foi cunhado em uma lista com várias outras identidades, incluindo gênero-vácuo.
Os termos feminine in nature e masculine in nature também vieram de uma sugestão ao Pride Flags For Us publicada em 20 de julho de 2014. Estes conceitos geraram um modelo repetido para muitas outras qualidades, como autonomia de gênero e aporinidade, de formas que são tanto usadas como partes de orientações quanto como identidades de gênero.
Proqua e proquu surgiram como orientações feitas para pessoas não-binárias femininas e masculinas. São possivelmente alguns dos primeiros exemplos de orientações feitas para pessoas com identidades não-binárias específicas, e também de orientações feitas para que pessoas não-binárias usem, em geral: afinal, termos como fin/min e gine/andro eram abertos para pessoas binárias, enquanto cétero/medisso só ganhou a conotação de exclusividade para pessoas não-binárias por conta de preocupações com fetichização, ao invés de ter sido um termo pensado somente para quem era não-binárie.
Enquanto o termo demigênero tenha provavelmente surgido antes de 2014, termos como nanogênero, magigênero, pixelgênero, horogênero e duragênero provavelmente foram cunhados em 2014. Além disso, demigenderpalace e demigenders são ambos blogs demigênero focados em responder dúvidas/informar que só ficaram ativos em 2014 e 2015.
Proxvir e juxera (02/07/2014) também são outros termos relativamente conhecidos que surgiram em 2014. Assim como os termos do parágrafo anterior, estes facilitam estabelecer conexões com outras identidades já existentes para especificar experiências de gênero com mais sutileza, embora juxera e proxvir se resumam a estabelecer tais conexões com mulher e homem.
Autigênero já foi mencionado, mas os termos gênero-vago, arovague e acevague provavelmente também foram cunhados em 2014, assim como neurogênero. Estes termos abrem as portas para identidades que têm neurodivergência como pré-requisito. Naquela lista de termos publicados em MOGAI Archive, múltiplos outros neurogêneros aparecem, como corugênero, fascigênero, gênero-neblina, ludogênero, maestusgênero, narkissisgênero e nesciōgênero.
Em relação à fluidez de atração: a orientação mud provavelmente foi cunhada até meados de junho de 2014. Há este compartilhamento de MOGAI Archive apontando como data máxima o mês seguinte para a cunhagem de acefluxo e arofluxo, a qual inclusive referencia gênero-fluxo, outro termo provavelmente cunhado em 2014. Esta postagem sobre omnigay também aponta que é provável que o termo tenha sido cunhado no mesmo ano.
Acredito que isto já dê uma ideia do quanto cada vez mais termos foram cunhados durante este período. Além de casos específicos, acho que é possível perceber os seguintes padrões:
A comunidade lusófona
“Bolo colorido dos gêneros”, gráfico de Cari Rez Lobo feito com a ajuda de sues amigues publicado no Tumblr Espectrometria Não-Binária em outubro de 2014. Embora seja interessante e tenha valor histórico, é importante ressaltar que gráficos como esse tendem a ser reducionistas e/ou nocivos em certos pontos (como a recomendação do termo “terceiro gênero”), e que é importante conhecer bem o contexto de cada informação antes de repassar gráficos sem ressalvas só por serem bonitos.
O Tumblr Espectrometria Não-Binária só teve atividade em 2014 e 2015. A Wiki Diversidades, originalmente Wiki Identidades, também começou em 2014.
Em tais espaços, foram promovidas algumas identidades não-binárias, como as presentes nesta revisão de 18 de dezembro. Gráficos como este de símbolos de gênero e este explicando espectros de gênero também foram publicados em 2014.
A publicação Guia para a Linguagem Oral Não-binária ou Neutra (PT-BR) não oferece alguma forma resumida de explicitar preferências da mesma forma que o modelo artigo/pronome/final de palavra, mas demonstra diversas opções de pronomes (el, ilu, elu, ili) e de finais de palavra (e, nada/apóstrofo, i), além do neoartigo le.
Sei que também existiam comunidades de Facebook acerca da não-binaridade, que inclusive geraram ou influenciaram tais plataformas e publicações, mas, como alguém que nunca teve Facebook, nunca tive muito contato com tal parte da comunidade. (Sintam-se livres para preencher esta ou outras lacunas nos comentários!)
De qualquer forma, o foco parece ter sido reunir identidades cunhadas na anglosfera, e não a cunhagem de termos próprios, com a exceção da questão da neolinguagem. A quantidade de neutralidade em si como um aspecto de identidades de gênero, a qual aparece no gráfico acima, parece ser um conceito original, mas não parecem haver publicações mais detalhadas sobre o conceito.
A magia continuou?
Cunhagem do termo hestiane, em 2021 no Twitter. Captura de tela daqui.
Como já mencionei, alguns dos blogs da época ainda estão ativos, e outros espaços também foram surgindo. Alguns exemplos de contas de Tumblr que estão arquivando postagens atualmente são radiomogai e centlpede, mas projetos como LGBTQIA+ Wiki e Gender Wiki facilitam a contribuição comunitária em comparação com espaços no Tumblr.
Termos ainda são cunhados com muita frequência, e não só no Tumblr (ainda que seja mais fácil pesquisar no Tumblr do que no Instagram ou no X). Já não estamos mais numa era onde é fácil acompanhar todas as cunhagens já feitas, porque elas são feitas de forma espalhada e independente. Os termos em questão acabam se perdendo mais facilmente por conta disso (de modo geral), mas também é mais comum ver pessoas não se importando com informar outres sobre os termos que usam ou cunham: listas repostando definições são menos comuns, por exemplo.
Dito isso, não acredito que faça sentido chamar os termos cunhados nesta época de “mortos”. Embora alguns nunca tenham obtido grande popularidade, muitos dos termos cunhados no meio da década de 10 são justamente os que estão arquivados em mais lugares.
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Página atualizada em #OrientandoOrg: Elementos de conjuntos de linguagem
https://orientando.org/listas/tipos-de-linguagem/
Pra facilitar a navegação em celular, deixei as tabelas menos largas. Aproveitei pra reorganizar os artigos, adicionar a flexão é, colocar os pronomes em ordem alfabética e focar mais em artigos/pronomes que já vi gente usando ou propondo: https://orientando.org/conjuntos/ já existe pra quem quer vasculhar trocentas opções, afinal.
finalmente tá aqui!
Neoflexões: https://orientando.org/neolinguagem/neoflexoes
#OrientandoOrg: Adicionei "(*) ou similar" na lista de "códigos" do modelo APF no Orientando, para permitir que pessoas possam especificar melhor suas preferências acerca de elementos do conjunto de linguagem de forma separada: https://orientando.org/apf/
Assim, alguém pode colocar algo como -/(*)/e em seu conjunto e daí especificar em algum lugar: "* eu não gosto muito de pronome algum, mas se houver ambiguidade em relação a eu ser não-binárie, podem aplicar o pronome elu".
Eu ainda não editei outros guias em relação a isso, mas acho que é algo relativamente fácil de entender se a explicação for fácil de achar.
(feliz #PronounsDay lol)
#OrientandoOrg: A sétima página mais visitada na última semana foi xenogênero (que também é a décima página mais visitada nos últimos 30 dias).
Não houve nenhum pico em algum dia específico e os cliques não estão vindo de nenhuma fonte específica (a grande maioria vem de Google/Yahoo/Bing). O que significa que o assunto em si deve estar gerando mais curiosidade do que gerava antes, por algum motivo. 🤔
Pra quem não viu, ontem foi publicada a transcrição de uma roda de conversa transmitida anos atrás, sobre experiências trans e asiáticas.
Queerspectivas 1: Roda de conversa trans e asiática
https://orientando.org/2021/02/queerspectivas-1-roda-de-conversa-trans-e-asiatica
Novidades nas listas de identidades não-binárias do #OrientandoOrg:
Identidades adicionadas: cenifloral, cenisolar, exgênero, gênero-Serpentário
bandeiras adicionadas (sem contar as identidades acima): androaporine, aporagine, aporax, aproxora, neutrax, neutrélanger, neutréparé (6 das quais foram postadas por revenant-coning no Tumblr em uma única postagem, a qual me foi repassada por outra pessoa)