"Da espera e agressões fascistas e nazis no fim do desfile do 25 de Abril; das milícias racistas contra imigrantes no Porto; as agressões de manifestantes do Chega a traseuntes; o assédio constante a imigrantes nos seus locais de trabalho e de culto; as ameaças de violação, de morte e listas de activistas a abater; as dezenas de eventos culturais cancelados com coação fisíca; agressões a autarcas, as contínuas manifestações de ódio contra um outro, o Islão, o imigrante, o trans, o homossexual. A esta lista deve-se adicionar todos os incidentes diários e anónimos que nunca chegam aos media, mas cujos relatos aumentam, alguns até estatísticamente coleccionáveis: queixas de racismo à PJ aumentaram 38% em 2024.
Talvez neste momento, um visitante acidental desta narrativa, alheado da realidade portuguesa, pudesse pensar o quão atarefado está o poder político do país e suas forças de segurança perante tal cenário. A verdade é que não. Ou talvez até estejam atarefados, mas não no seu combate e sim na sua cumplicidade.
A acção e a inacção dos políticos no poder e das forças de segurança parece onerar ainda mais as vitimas de todos os incidentes listados. Os ataques machistas e o femicídio proliferam no país, e os recursos da presença polícial no terreno continuam dedicados a encostar imigrantes à parede, a fazer das periferias da cidade um estado policial, a prender erradamente para o primeiro-ministro nos agradar com suas conferências de imprensa. Quanto aos perpetuadores de crimes de ódio: palmadinhas nas costas e passou-bens."
https://traficantedesonhos.org/2025/06/15/o-estado-do-medo/
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